Nesta quarta-feira (26), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ANPAQ e GS1 Brasil, divulgou o Anuário da Cachaça 2024. A publicação é o principal levantamento de dados oficiais do setor, com o objetivo de difundir informações referentes ao ano anterior e fomentar discussões relevantes.
“O anuário comprova que o Brasil está se consolidando como um dos grandes produtores de alimentos e bebidas do mundo, graças a sua vocação. Produzimos com qualidade e o Ministério da Agricultura tem a régua muito elevada para garantir a segurança dos nossos produtos. Isso nos garante oportunidades”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. “O Brasil é a bola da vez para produtos de qualidade. Vamos trabalhar para fazer da cachaça, cada vez mais, um orgulho brasileiro”, completou.
## Crescimento das Cachaçarias
Segundo os dados, em 2023 o número de cachaçarias registradas foi de 1.217, representando um crescimento de 7,8% em relação ao ano anterior. Minas Gerais se destacou como o estado com o maior número de estabelecimentos registrados, atingindo a marca de 504 cachaçarias, o que corresponde a 41,4% do total nacional. Este crescimento de 7,7%, com 36 novos estabelecimentos em relação a 2022, marca a primeira vez que uma unidade da federação supera a marca de 500 cachaçarias registradas.
Outros estados também apresentaram crescimento significativo. São Paulo registrou 11 novas cachaçarias, um aumento de 7,0%, enquanto o Paraná teve um incremento de 10 cachaçarias, representando um crescimento de 37,0%. Por região, o Sudeste lidera com 819 cachaçarias, concentrando 67,3% do total de estabelecimentos no Brasil.
O registro de estabelecimentos é uma formalidade administrativa que autoriza as cachaçarias a funcionarem, considerando a atividade e linha de produção, bem como sua capacidade técnica e condições higiênico-sanitárias. O registro é coordenado pelo Mapa e a solicitação é gratuita, devendo ser realizada por meio do Portal Único gov.br, utilizando-se o Sipeagro.
“Os dados são animadores. Apesar do cenário desafiador que o setor da Cachaça tem enfrentado nos últimos anos, demonstram uma certa resiliência para o enfrentamento dessas dificuldades e, sobretudo, a relevância dos micro e pequenos produtores”, destaca Carlos Lima, presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça.
## Produtos Registrados
Após a concessão do registro de estabelecimento, é necessário que a cachaçaria registre os produtos com que pretende trabalhar. Em 2023, houve um crescimento de 18,5% no total de produtos registrados em relação a 2022, alcançando o número de 5.998.
Minas Gerais também lidera no número de cachaças registradas, com 2.144 produtos, correspondendo a 35,7% do total nacional. Sergipe, por sua vez, detém a média mais elevada, com 16 produtos registrados por estabelecimento, enquanto a média brasileira é de 4,9 cachaças por cachaçaria.
## Exportações
Em 2023, o valor total das exportações de cachaça aumentou 0,7%, alcançando US$ 20.242.453, o maior montante da série histórica. Este resultado demonstra uma valorização de 9,3% do produto exportado, com o preço médio passando de 2,15 US$/L em 2022 para 2,35 US$/L em 2023.
Os Estados Unidos mantêm-se como o maior mercado de exportação para a cachaça, com um valor de US$ 4.653.002, representando quase 23% do mercado de exportação. A Europa também se destaca, com sete países entre os 10 principais parceiros econômicos na compra de cachaça, totalizando US$ 10.142.990, o que corresponde a 50,1% do mercado. Atualmente, há países compradores de cachaça em todos os continentes.
## Geração de Empregos
O setor de cachaça no Brasil tem um histórico de fomento à economia, gerando empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, a atividade de fabricação de bebidas gerou um estoque de 134.678 empregos diretos em 2023, com uma variação positiva de 3,35% em relação a 2022. Deste total, 4,7% dos empregos são atribuídos à fabricação de aguardente de cana-de-açúcar, correspondendo a 6.371 empregos.
O Sudeste é a região com maior estoque de empregos, com 3.062 posições, representando 48% do total de empregos na fabricação de aguardente de cana-de-açúcar. O Nordeste é a segunda região em estoque de empregos, com 2.444 posições, e apresentou o maior aumento absoluto em número de empregos gerados, com 87 novas posições em 2023, uma variação de 3,69%.
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Para mais informações, acesse o Anuário da Cachaça 2024 no site do Ministério da Agricultura e Pecuária ou entre em contato com a Rádio Ibirubá.