A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um estudo alarmante revelando que cerca de um quarto das garotas adolescentes que estiveram em relacionamentos sofreram violência física ou sexual. O estudo, publicado na revista médica Lancet, pede medidas urgentes de prevenção para combater essa grave questão.
A análise da OMS baseou-se em pesquisas realizadas com milhares de garotas adolescentes entre 15 e 19 anos, abrangendo 154 países e regiões. Os dados mostraram que 24% dessas adolescentes foram vítimas de violência de parceiros íntimos pelo menos uma vez, e 16% relataram que essa violência ocorreu no último ano.
Os dados analisados foram coletados entre 2000 e 2018. Claudia Garcia-Moreno, uma das autoras do estudo, destacou que os dados mais recentes, ainda em fase de verificação, indicam uma “queda muito leve” na prevalência de violência. Contudo, essa redução é insuficiente para resolver o problema de forma significativa.
Os atos de violência considerados pela pesquisa incluíram agressões físicas como chutes e pancadas, além de qualquer ato sexual indesejado, incluindo estupro ou tentativa de estupro. A pesquisa também revelou uma alta correlação entre a violência e os direitos das mulheres. Em países onde garotas e mulheres têm acesso limitado à educação e enfrentam leis de herança desiguais, os índices de violência foram significativamente mais elevados.
O estudo ressalta a necessidade de políticas públicas eficazes e programas educacionais que promovam a igualdade de gênero e protejam os direitos das adolescentes. A OMS enfatiza que a prevenção da violência deve ser uma prioridade global, com ações coordenadas entre governos, organizações não governamentais e a sociedade civil.
“Precisamos de uma abordagem multifacetada que inclua educação, legislação e serviços de apoio para vítimas de violência”, afirmou Claudia Garcia-Moreno. “Somente assim poderemos criar um ambiente seguro e igualitário para nossas adolescentes.”
A publicação desses dados visa aumentar a conscientização global sobre a gravidade da violência contra adolescentes em relacionamentos e incentivar a implementação de medidas preventivas para proteger essa população vulnerável.